TERRA À TERRA
Professora: WALLA CAPELOBO

SOBRE
Terra a terra são encontros onde teceremos conhecimentos sobre a terra e suas multiplicidades imaginativas. Grupo de estudos teórico, prático e experimental com produções de sensibilidades a partir/com/em relação à terra. Espaço para criação, troca de saberes, experiências e aprendizados relacionados aos processos criativos que possuem a terra como materialidade ou tema. São bem vindes artistas pesquisadores que estão interessades em estudos de paisagem, ecologias desobedientes, artesanatos tradicionais, cerâmica, compostagem, agroecologia, geografias intuitivas, descolonização da natureza dentre outras perspectivas de fabulações presentes no diálogo e feitura das artes da terra. A proposta do programa experimental de estudos perpassa a partir de referenciais de saberes dos povos tradicionais de Abya Yala e cosmovisões, heranças civilizatórias afro diaspóricas, conhecimentos quilombolas e cientistas/ecologistas dissidentes. O grupo de estudo também é voltado a experimentações práticas onde pesquisas individuais ou coletivas serão estimuladas no curso dos encontros. Mão na terra e vamos imaginar sobre a pele do planeta.

CONTEÚDO
Terra a terra apresenta como um programa experimental de estudos da terra e suas multiplicidades imaginativas e produções estéticas. A proposta de pesquisa em coletivo perpassa por estudarmos a partir dos conhecimentos já existentes nas/nes/nos participantes a fim de criarmos um espaço seguro para trocas de saberes e intuições colaborativas que tenham as artes da/na terra como fundamento para diálogo. O programa de troca de saberes é espaço para estudarmos sobre formas de estar e relacionarmos com a terra para além das lógicas estabelecidas no programa moderno de organização do mundo, nesse sentido, buscamos conhecer e aprender com os povos que partem de outros princípios civilizatórios. A partir de pensadores guardiões dos saberes elaborados em Abya Yala como Ailton Krenak, Celia Tupinambá, Juan Lopez Intzin e Silvia Cusicanqui. Contaremos com as contribuições dos pensamentos africanos presentes na diáspora como os mestres de saberes quilombolas Nego Bispo, Beatriz Nascimento, Makota Valdina e Malcom Ferdinand. O percurso do grupo experimental de estudos também perpassa por conhecermos correntes dissidentes da ecologia como Luiz Eduardo Luna, Donna Haraway e Fabio Scarano. O programa ocorre simultaneamente de maneira prática a partir de maturação de pesquisas individuais e/ou coletivas das/des/dos participantes onde a terra é base para fabulações e criações de sensibilidades.

DINÂMICA
Os encontros serão conduzidos em roda de conversa onde o conhecimento encarnado em cada participante é essencial para que as confluências aconteçam. Compartilharemos juntes impressões e reverberações a partir do encontro com os saberes sobre a terra des autores originários de Abya Ayla, quilombolas e ecologistas dissidentes durante os doze encontros. O curso também é espaço para elaboração e desenvolvimento de pesquisas onde a terra é fundamento, os encontros são lugares onde trocaremos experiências a partir de nossas práticas a fim de desenvolvermos trabalhos, expressões, sensibilidades artísticas até o final do nosso ciclo de encontros. .

PÚBLICO
Não exige conhecimentos prévios; indicado para pessoas interessadas em conhecer e/ou pesquisar o tema; indicado para pessoas interessadas em desenvolver processos artísticos e para pessoas com processos artísticos em andamento.

REFERÊNCIAS
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo.Rio de Janeiro: Companhia das Letras. 2020.
KRENAK, Ailton. A vida não é útil. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2020.
CUSICANQUI, Silvia. Un mundo ch’ixi es posible: ensayos desde un presente en crisis. São Paulo: Elefante, 2018.
DONNA, Haraway. O manifesto das espécies companheiras – cachorros, pessoas e alteridade significativa. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2021.
SCARANO, Fabio. Regenerantes de Gaia. Rio de Janeiro: Dantes Editora, 2019.

Disponivel em: http://eavparquelage.rj.gov.br/terra-a-terra/